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segunda-feira, janeiro 01, 2007


Com Palma, um ano bem mais novo


31 de dezembro, quase onze da noite numa cidade brasileira.
Chuva fina limpando o ar e os sentidos, a abrir caminho para o ano que bate à porta.
Chega um amigo, para participar do réveillon em família, e convido-o para ouvir Jorge Palma. Que ele, como quase todo mundo por aqui, não conhece.
Escolho, de propósito, um disco ao vivo - Tempo dos Assassinos - da pequena mas seleta discoteca que consegui importar de Portugal, nos primeiros seis meses desse amor à primeira música.
Sinto prazer em divulgar, um prazer enorme. Penso sempre nos meus anos de ignorância e na felicidade que foi descobri-lo e elegê-lo para acompanhar muitas das minhas horas de êxtase ou solidão. Então acho que as outras pessoas merecem uma chance assim.
Fico a esperar pelas reações de quem ouve pela primeira vez - e portanto olhava para o meu amigo na expectativa de um gesto, uma expressão, algo que me dissesse o que lhe ia na alma.
Logo denunciaram-se a surpresa, o espanto, um "nossa, mas o que é isto??", mais ou menos comum a todos a quem o apresento.
Assim ouvimos, enquanto esperávamos o novo Ano chegar, algumas faixas do disco 1 - Acorda, menina linda, Obrigação/Meu amor (não fiques para aí a dormir), Jeremias, o fora-da-lei, Balada dum estranho, A gente vai continuar...
Enquanto ouvia, pensava na sensação de começar 2007 com Jorge Palma. Alguém que entrou musicalmente na minha vida em junho de 2006, apenas, e mesmo nesse curto espaço fez estradas, pontes e outras obras de arte no meu espírito. Ensinou-me a enxergar Portugal por um prisma no mínimo instigante, abriu-me portas para uma cultura da alma lusa, um olhar que antes não vislumbrava. Trouxe-me perspectiva, um espectro maior de visão, um sentido humano e universal daquilo que há de solitário e marginal, e ao mesmo tempo cheio de esperança, na alma de toda a gente, nasça onde nascer. Trouxe-me gente que veio e se foi, na esteira das canções, a ensinar-me mais sobre mim mesma e o valor de abrir ao outro as cores da alma, trouxe-me o conforto de palavras e linhas melódicas que posso fazer ressoar com energia, com esperança, com muita vontade de viver plenamente o que me vem no coração.
Ao descer para a ceia em família - com minha filha, mãe, irmã, sobrinho, primos e alguns amigos - deixei o disco a tocar e atravessar, com música, a meia-hora que faltava para 2007 (falsa realidade regida por um fuso horário, mas paciência, é o rito combinado) .
Fiquei feliz e agradecida por começar assim 2007. Com certeza, o frescor e a vida que vêm de Jorge Palma tornarão o novo ano, no meu coração, bem mais novo.

Maurette
maurette@terra.com.br
http://jornalistico.blogspot.com




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